Chomsky elogia genéricos e quebra de patentes.By: Author unknown January 31, 2002
Porto Alegre
- Visivelmente constrangido pelo número
de jornalistas presentes ŕ sua coletiva, o professor americano Noam
Chomsky falou nesta quinta na capital gaúcha sobre a conferęncia que
dará hoje no Fórum Social Mundial. "Esses microfones năo
deveriam estar voltados para mim", disse Chomsky, numa abarrotada
sala do Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, que bancou sua vinda. Ele
comentou propostas sobre globalizaçăo e o atentado terrorista de 11
de setembro. Sentado ao lado do governador Olívio Dutra, também elogiou,
curiosamente, a política brasileira de quebra de patentes e de defesa dos
genéricos, pela qual o ministro da Saúde, José Serra, candidato a
presidente que concorre contra o PT, é o responsável. Chomsky,
que está lançando no Brasil o livro "11 de Setembro" (Bertrand
Brasil) e cuja conferęncia é intitulada "Um mundo sem guerras
é possível", foi muito perguntado sobre o ataque terrorista. Disse
que ele foi "um choque" e "uma atrocidade", mas logo
tratou de justificá-lo: "Foi a primeira vez na história em que as
armas foram apontadas para a outra direçăo", referindo-se ao
intervencionismo americano e ŕ colonizaçăo européia. "Isso
torna o evento menos atroz." Disse
também que o ataque mobilizou os centros de poder e os levou a "intimidar
os pobres ainda mais". Segundo Chomsky, "existem atrocidades
piores a caminho", sem especificar quais. Mais tarde, mencionou a
"militarizaçăo da corrida espacial", que agora estaria
sendo retomada pelo governo americano. Sobre
o papel do Fórum Social Mundial, Chomsky, como antecipou em entrevista ao
Estado, afirmou que ele năo deve ser considerado "um fórum
antiglobalizaçăo", porque a palavra globalizaçăo teria
sido "roubada pelos poderosos para defesa de seus interesses próprios".
Acrescentou: "Fórum antiglobalizaçăo é o que está ocorrendo
em Nova York." Chomsky
lembrou que os movimentos socialistas nasceram com a pretensăo de
serem "globais" e pediu pela recuperaçăo dessa bandeira.
"Precisamos continuar as vitórias do passado." Ele acha que os
países ricos estăo aproveitando o momento de crise econômica para
"submeter ainda mais" os países pobres. Na
hora de apresentar propostas, porém, Chomsky declarou que essa tarefa
cabe ao fórum e disse que elas já estăo sugeridas nos "eixos
temáticos" escolhidos para os seminários. O Eixo I discute temas
como controle dos capitais financeiros e perdăo das dívidas externas.
O Eixo II trata de ambientalismo e de "soberania alimentar", um
conceito defendido por entidades como a Via Campesina, de José Bové, e o
MST: a necessidade de um país produzir todos os alimentos que consome. O
Eixo III contém reinvindicaçőes de feministas e migrantes. E o Eixo
IV fala em "democracia participativa" e ataca o "militarismo
da globalizaçăo". Dessas
propostas, Chomsky apoiou mais explicitamente o "năo ŕ Alca",
o mercado comum das Américas, e a derrubada do protecionismo dos países
ricos. Foi neste contexto que elogiou a política de Serra no caso da
Aids, sem saber que elogiava o adversário político do partido que o
convidou ao Brasil. FAIR USE NOTICE: This page contains copyrighted material the use of which has not been specifically authorized by the copyright owner. Global Action on Aging distributes this material without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. We believe this constitutes a fair use of any such copyrighted material as provided for in 17 U.S.C § 107. If you wish to use copyrighted material from this site for purposes of your own that go beyond fair use, you must obtain permission from the copyright owner.
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